NO ÂMBITO DA SEMANA DO CAJU
O Instituto Nacional de Fomento do Caju (INCAJU), Delegação
de Sofala, iniciou, esta semana, um ciclo de promoção de palestras nos diversos
estabelecimentos de ensino que ministram cursos de agro-pecuária.
As palestras, convenha-se, muito concorridas por
estudantes, havendo casos que lotavam as salas, se subordinam ao tema A Importância
do Subsector do Caju na Economia das Comunidades em Moçambique.
Como que a consubstanciar o facto, a reportagem do
Boletim “Machamba” testemunhou in loco
a campanha de divulgação do sub-sector do caju no Instituto Superior de Ciências
e Tecnologias Alberto Chipande (ISCTAC-Beira), Escola Técnica do Partido
Frelimo (Beira), Colégio Politécnico de Nhamatanda, Escola Profissional
Familiar Rural-Estaquinha e Barada (Búzi).
As palestras enquadram-se nas festividades da
semana do INCAJU que se comemora de 10 à 17 de Setembro corrente, sendo que, se
comemora à propósito da 9ª Conferência Internacional do Caju, a ter lugar em
Maputo, de hoje à 24 de Setembro corrente, um evento organizado pela Aliança
Africana do Caju em parceria com o INCAJU e a AICAJU, a qual deverá contar com
a presença de mais de 300 especialistas de países africanos produtores de
castanha de caju, como sejam, a Costa de Marfim, Guine Bissau, Nigéria, Quénia,
entre outros.
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Directora Nacional do INCAJU, Filomena Maiópè |
Em comunicação muito recente, a Directora Nacional
do INCAJU, Filomena Maiópè, sublinhou que, para além do próprio seminário, realizar-se-á
um festival do caju onde “os produtores
nacionais vão colocar à venda os mais variados sabores da amêndoa, incluindo outros
derivados como aguardantes, sumos, entre outros”-anunciou anotando
constituir, o evento, um momento em que diversos intervenientes da cadeia do
caju irão apresentar a suas preocupações e reflectir sobre o desenvolvimento do
sector.
Ate onde o Boletim “Machamba” sabe e longe de ser
uma simples conferência, o evento não vai perder de vista as mais recentes
tendências e boas práticas, bem assim a exposição de novas tecnologias e
equipamentos usados no sub-sector do caju.
o delegado o INCAJU, em Sofala, Sifa Bernardo António |
Em declarações ao Boletim “Machamba”, o delegado o
INCAJU, em Sofala, Sifa Bernardo António, qualificou estar em festa e destacou a
pertinência da realização das palestras, aos estudantes, considerando serem um
veiculo de despoletamento de futuros grandes farmeiros do caju. “(…)porque o nosso público alvo são os
estudantes de agropecuária. Alguns deles vem do campo, vai dai que podemos
criar interesse neles”- disse Sifa Bernardo.
Por outro lado, Sifa Bernardo, falando sobre os
estudantes de nível superior, cogita, com a realização das palestra, atrair a
atenção deles no sentido de se interessarem pelo caju nas suas abordagens, ao
nível dos seus trabalhos de licenciatura ou de outros níveis que poderão atingir,
entendendo ser uma contribuição para o país.
Instado a responder sobre os assuntos que
capitalizaram mais atenção, Sifa Bernardo, destaca que as palestras abordam
basicamente questões sobre o Subsector do INCAJU, procurando fazer uma
radiografia daquilo que foi o subsector no passado, os problemas que
aconteceram e o esforço que esta sendo feito, neste momento, no sentido de se
revitalizar o subsector, à luz do decreto 43/97 de 23 de Dezembro.
Para todos efeitos, Sifa Bernardo, colocou o dedo
na ferida reconhecendo estar longe das cifras da produção da castanha de caju
do tempo colonial que situaram em 216.000 ton da cultura, na campanha agrícola
1972/73, altura que Moçambique ganhou o galardão de maior produtor mundial. “ (…) hoje estamos na casa das 100 mil ton”-rematou.
Tecnicos do INCAJU dando Palestras |
No mesmo diapasão, respondendo a questionamentos de
estudantes sobre as causas do declínio da produção até a pior safra, que se
situou em 18.000 ton, Sifa Bernardo, frisou, a um tempo, haver causas ligadas a
produção, da quais se destacam o envelhecimento do parque cajuicola nacional,
falta de maneio devido a guerra civil e prevalência de pragas e doenças.
A outro tempo, Sifa Bernardo, disse acrescidamante
estarem, a par das causas ligadas a produção, as causas ligadas a investigação,
como seja a insuficiência de recursos humanos e do material genético.
Para reverter o cenário, Sifa Bernardo, afirmou
estarem em curso novos plantios de cajueiros e produção de mudas, porquanto o
país iniciou em 1997 com a produção, por campanha, de um milhão de plantas
estando, nos dias que correm, a produzir cercam de 3 milhões/ano.
Fazendo uma analogia da mão-de-obra empregue no
subsector do caju, Sifa Bernardo referiu estar próximo da mão-de-obra empregue
na era colonial. “no tempo colonial, o
subsector do caju empregava 20.000 trabalhadores e hoje estamos com 9.000
trabalhadores que vivem da cultura do caju”-aludiu ressaltando ter, o país,
arrecadado 54 milhões de USD só com a castanha de caju, em bruto, com a
exportação da cultura.
De referir que as palestra ainda vão abranger
outros distritos na segunda fase.